Galeria Regência do Palácio das Laranjeiras. (Acervo Casa Civil) – Foto: André Gomes de Mello.

A sala vizinha ao Salão Império chama-se Galeria Regência. O nome da sala tem sua origem no estilo Regência, característico dos interiores aristocráticos da época em que o Duque d’Orléans exerceu o governo da França, durante a menoridade de Luís XV. Após o fausto da Corte de Luís XIV – o Rei Sol – a aristocracia e a alta burguesia buscaram decorar suas residências com mais simplicidade e sobriedade. A Galeria é um dos ambientes mais originais do Palácio das Laranjeiras, pois comunica-se com a Sala de Jantar, no pavimento inferior, através de um vão aberto no piso.

As boiseries de nogueira, de inspiração Rococó, apresentam o mesmo padrão decorativo das existentes na Sala de Jantar. Aqui, mais uma vez, fica evidente o gosto francófilo do idealizador e primeiro proprietário da casa. Nos cantos da sala existem baixos-relevos, esculpidos na própria boiserie, que representam fábulas de Esopo e La Fontaine. Os relevos foram inspirados nos que existem no Cabinet des Fables, o gabinete das fábulas, do século XVIII, que originalmente ficava em uma das alas do Hôtel de Soubise, em Paris.

Outra referência a palácios parisienses é a pintura que orna o teto. Trata-se da tela “Hymne de la Terre au Soleil”, Hino da Terra ao Sol”, realizada por A. P. Nardac, em 1911, e inspirada na que existe no Hôtel de Ville de Paris e pintada por George Jules Bertrand. O guarda-corpo da sala, assim como os quatro lampadários, são de ferro forjado com ornatos em bronze dourado.

A galeria de quadros, pensada inicialmente por Eduardo Guinle para receber sua coleção de arte, jamais foi realizada. Por isso, a Galeria Regência recebeu algumas pinturas importantes, como, por exemplo, uma outra vista de Veneza que, assim como a que está na Sala de Jantar, é de autoria de Félix Ziem, considerado pela historiografia da arte um dos precursores do Impressionismo.

 

Destacamos os seguintes itens de acervo:

Madeira, vidro e metal / Marchetaria e talha François – Paul Belliard – Galerie

“Relógio de mesa em madeira, com marchetaria boulle. Decorado com representação do Deus Cronos em metal dourado.
Curiosidade: pode ser relacionado com relógio de mesa que está no Museu do Louvre. “

Madeira e metal / talha – Jacob Duck

“Une dame à la toilette” Cena de interior, onde a luz dourada entra por duas frestas altas. Ao centro há uma senhora sentada junto a uma mesa forrada com tecido brocado, trajando um vestido de veludo verde sobreposto por um veludo preto; é assistida por uma mulher com vestido cinza.