A Sala de Jantar é um dos ambientes mais impressionantes da casa devido ao vão aberto no teto, que permite ver o andar superior. Esse pé-direito duplo proporciona uma monumentalidade que a singulariza em relação às demais salas. Com área total de 100 m², a sala é revestida por boiseries de nogueira e possui, nos quatro cantos, lavatórios esculpidos em peças de mármore rouge royal.

Sala de Jantar, com seu teto vazado e suas boiseries de nogueira. (Acervo Casa Civil) – Foto: André Gomes de Melo.

As bacias dos lavatórios, em formato de concha, e as máscaras, de cuja boca jorrava água, são em mármore de Siena. O teto exibe um dos acabamentos em estuque (baixo-relevo feito em argamassa à base de gesso) mais bonitos do Palácio. São quatro medalhões localizados nos cantos da sala, que representam atributos típicos da cultura clássica: a colheita de frutos, a pesca, a ceifa do trigo e a caça.

Um dos lavatórios em mármore da Sala de Jantar. (Acervo Casa Civil) – Foto: André Gomes de Melo.

Existem cinco pinturas na Sala de Jantar. Três telas de autoria de Nicolas Antoine Taunay, pintor francês que integrou a célebre Missão Artística Francesa no Rio de Janeiro, no início do século XIX. São eles: “Uma vista do Outeiro da Glória”, “Luís XIV se despedindo de Mademoiselle de La Vallière” e “O Velho e o Feixe de Varas”; uma tela de Charles Jacques, pintor de paisagens da Escola de Barbizon, do século XIX, intitulada “Moutons au Pârturage”; e uma grande tela de Félix Ziem, do século XIX, instalada sobre o espelho do aparador de mármore, que representa uma vista de Veneza.

Destaque da sala: Sobre a grande mesa de jantar está uma reprodução da fonte das ninfas, existente no jardim do Palácio e idealizada pelo escultor francês Émile Guillaume. Após a construção da piscina, na década de 1950, a fonte teve que ser deslocada e perdeu sua forma original.

 

Destacamos os seguintes itens de acervo:

Madeira, metal e vidro / marchetaria e talha

Relógio de mesa em madeira com marchetaria boulle. Mostrador em fundo dourado com algarismos romanos, em porcelana branca com esmalte azul. Ornamentado com aplicações em metal dourado e com uma carranca em cada lateral; encimado por Apolo, com resplendor, que conduz uma carruagem com quatro cavalos. Quatro pés em voluta com acanto,também em metal dourado.

Óleo sobre tela – Nicolas Antoine Taunay

“Faisant Les adieux”. Representação de cena de despedida entre homem e mulher. Na lateral esquerda, homem é representado de costas, usando botas de cano longo, pernas abertas, joelho esquerdo flexionado, carrega chapéu com plumas na mão esquerda, tem o braço direito estendido e mão em posição de adeus, veste calça azul, túnica vermelha, mangas compridas brancas com detalhes azuis, cintura demarcada com faixa branca e faixa em tecido amarelo cruzando o corpo em diagonal, seus cabelos são compridos e caem sobre os ombros. Na parte central da pintura, mulher é representada sentada em uma cadeira de braços dourada e com estofado azul, tem seu corpo retorcido, os braços e as pernas para o lado direito, a cabeça para o lado esquerdo. O pé direito está repousado sobre almofada verde, usa vestido longo com mangas e detalhes dourados, cabelos presos com fita em tom coral. Imediatamente ao lado da cadeira há uma mesa com toalha vermelha. No lado esquerdo, sobre um banco dourado e estofado azul, há uma pintura oval de retrato de homem. A cena se passa no interior de um cômodo e ao fundo há o vão de abertura da porta com vista para a varanda com colunata e em último plano, árvores.

Bronze e cristal

Lustre em bronze dourado, decorado com pingentes em formato de gota e de flor em cristal. Com 12 lâmpadas.
Curiosidade: A peça consta na lista de encomendas de Eduardo Guinle, como candelabro de teto, em bronze dourado, mercúrio e cristal N°843.

Metal – Émile Guillaume

Centro de mesa com representação de quatro ninfas (nereidas), com as mãos para o alto, em mar revolto, cada uma em cima de um golfinho.