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Bronzes

O Palácio das Laranjeiras conta com uma grande variedade de elementos integrados em bronze, tais como esculturas, postes e floreiras, que compõem as suas fachadas e seu entorno. Podemos destacar as seis águias localizadas na cobertura, sendo três no topo da fachada principal. Existem também as “Mulheres com Tocha” (conhecidas como minervas), esculturas lampadários com formas femininas de tamanho real.

No geral, as peças encontravam-se íntegras, porém oxidadas. O processo de oxidação nos elementos em bronze causa a formação de películas denominadas pátinas, de coloração amarronzada e esverdeada. Apesar de aparentemente não provocarem danos nas esculturas, essas pátinas causavam manchas esverdeadas nas bases de mármore.

Detalhe da fachada principal antes do restauro, onde se pode destacar a presença das diversas esculturas de bronze que compõem sua ornamentação: nos balcões, estão as “Floreiras” e as “Crianças com Concha”; as “Águias”, na cobertura. (Acervo Concrejato).

Inicialmente, foi realizado um teste de limpeza pela construtora, que não foi aprovado pelos órgãos de preservação. A proposta apresentada se constituía na eliminação das pátinas através de polimento mecânico, retomando o aspecto dourado do bronze. A construtora se comprometeu, então, a contratar uma consultoria externa para elaboração dos procedimentos de restauro desses elementos.

Os estudos ficaram a cargo da empresa Arte Ciência Restauro, sob responsabilidade do químico Boris Claro. Foram encomendados teste de metalografia ao Laboratório de Difração de Raios X, da Universidade Federal Fluminense, através de amostras retiradas de cada tipo de elemento, nomeadamente: Floreira, Poste, Minerva, Águia e Crianças.

A retirada das amostras foi documentada através de ficha padrão, conforme solicitação do IPHAN. Foi realizada "raspagem" através de bisturi, para se obter fragmentos metálicos em pontos não visíveis.

As peças encontravam-se oxidadas, recobertas por pátinas de coloração amarronzada e esverdeada. (Acervo INEPAC).

Esses testes objetivaram caracterizar os elementos que compõem as ligas metálicas e os produtos da oxidação (pátinas). As análises indicaram a proporção de cada metal nas peças e as substâncias formadoras das pátinas.

A partir desses resultados, as pátinas foram caracterizadas, indicando quais poderiam ser consideradas como a patologia, conhecida como “doença do bronze” e quais seriam do tipo “passivadora”. Os procedimentos indicados sugeriram, então, a retirada ou não das pátinas para cada elemento.

Os procedimentos realizados podem ser assim resumidos:

  • Limpeza superficial com detergente neutro;
  • Retirada das pátinas (quando necessário) com uso de géis e soluções limpantes -- metodologia não abrasiva;
  • Aplicação de polímero protetivo, especialmente desenvolvido para essas peças metálicas.

Aspecto de uma das floreiras após a restauração. Observa-se que não foi retirada toda a pátina, de modo a não agredir a peça, preservar as camadas protetoras e manter o aspecto estético da passagem do tempo. (Acervo INEPAC).

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