Governo do Estado do RJ

Instalações Prediais

Sistema Elétrico

O Palácio das Laranjeiras é uma construção centenária de valor histórico-artístico nacional. Seus componentes eletroeletrônicos tais como: cabeamentos, tomadas e pontos de iluminação, entre outros, sofrem a influência de fenômenos físico-químicos que afetam sua eficiência e resistência mecânica.

Considerando este aspecto, o projeto de restauro foi idealizado levando-se em consideração a infraestrutura da edificação. Pensando nisso, foram substituídos os circuitos elétricos antigos por novos respeitando as Normas Técnicas da ABNT. Foi substituída a “alma” dos quadros elétricos, isto é, os barramentos, os disjuntores e os conectores, permanecendo apenas os acabamentos externos dos quadros elétricos em bronze dourado, originais da época da construção.

Cabe destacar que alguns interruptores foram totalmente modernizados e outros tiveram os espelhos originais adaptados. As tomadas foram adequadas ao padrão atual da norma brasileira, na maioria dos casos, preservando seus espelhos de acabamentos originais.

Quadro elétrico obsoleto (Acervo Casa Civil).

Quadro elétrico modernizado (Acervo Casa Civil).

Quadro elétrico modernizado (Acervo Casa Civil).

Sistema de SPDA

O sistema de proteção contra descargas atmosféricas existentes (cordoalhas em cobre nu) foi redesenhado para aumentar sua eficiência. No entanto, não se deixou de observar os cuidados com a estética da edificação. As equipes envolvidas no processo de restauro, atentas a essa diretriz, optaram por um sistema de pequenas hastes sobre as cimalhas conectadas aos captores principais do tipo Franklin. As hastes e componentes fazem parte de uma grande malha que percorre todo o perímetro do Palácio, utilizando uma cordoalha do tipo "fita" metálica.

Não foram poucos os cuidados durante as ações de restauro, sempre objetivando minimizar o impacto da modernização das instalações na arquitetura do Palácio. Inevitavelmente, um sistema de proteção SPDA sempre causa impacto. Por isso, foram usadas cordoalhas do tipo "fita" metálica, que facilitaram as descidas, contornando os ornatos das fachadas em pontos específicos, proposta validada pela equipe de acompanhamento.

As "fitas metálicas" foram pintadas numa cor próxima à tonalidade das fachadas. Assim, foi atenuado o impacto das interferências, integrando de forma positiva o SPDA à arquitetura do bem.

Captor do tipo Franklin (Acervo Casa Civil).

Cordoalha do SPDA tipo “fita” metálica na fachada sudoeste (Acervo Casa Civil).

Cordoalha do SPDA tipo “fita” metálica na ala de serviço (Acervo Casa Civil).

Sistema de Prevenção contra incêndio e pânico

O novo sistema de segurança contra incêndio e pânico do Palácio das Laranjeiras é formado por três barreiras de segurança: extintores, detectores de fumaça e hidrantes.

Primeiramente, toda a edificação recebeu equipamentos de combate portáteis –extintores de incêndio – que são utilizados no início de sinistros, uma vez que um incêndio combatido em seu início impede a propagação das chamas.

A segunda barreira de segurança consiste num dispositivo de prevenção, isto é, o sistema infravermelho de detecção contra incêndio e pânico, que tem a função de indicar a presença de fumaça. O mecanismo é acionado quando o feixe de infravermelho é interrompido pela fumaça, ativando a central de alarmes. Este sistema é constituído de sensores infravermelhos instalados nos principais ambientes do Palácio, onde os tetos são profusamente ornamentados. A diferença desse equipamento para os detectores de fumaça convencionais é que estes precisam ser instalados no teto. Tendo em vista a especificidade decorativa do Palácio, a solução encontrada foi a implantação dos detectores sobre as sancas, mitigando seu impacto visual.

A terceira barreira de proteção é composta por duas prumadas de hidrantes internos e um ramal que atende ao subsolo. Uma das prumadas foi instalada na extremidade ala de Serviços. A segunda prumada de hidrantes foi posicionada nas varandas que conectam as três alas do Palácio, atendendo assim a todos os ambientes.

Sistema de Refrigeração

O Palácio das Laranjeiras não possuía um sistema único de refrigeração. Alguns ambientes eram climatizados por meio de tipologias diversas, tais como aparelhos do tipo Split e de janela, que causavam grandes interferências nas fachadas.

O atual sistema de refrigeração foi dimensionado de modo a atender todo o Palácio. Ele tem a capacidade total de refrigeração de 110 toneladas de refrigeração (TR) e é composto de três bombas de água gelada (uma reserva), quatro Chillers de 15 TRs e um Chiller de 50 TRs, reaproveitado do sistema anterior. Complementam o sistema 32 aparelhos Fan coils , instalados dentro do Palácio.

Os quatro novos Chillers funcionam em paralelo, com o equipamento principal acionando os complementares, de acordo com a demanda. Os fan coils instalados nos ambientes têm controles independentes de aferição da temperatura, oferecendo autonomia de escolha ao usuário. O atual sistema trabalha de forma inteligente, conservando energia elétrica e frigorígena, adequando-se ao conceito de eficiência energética. O sistema utiliza o gás refrigerante R-407C, uma mistura de gases refrigerantes HFC, com grau zero de destruição da camada de ozônio. A central de água gelada foi instalada no jardim e camuflada com vegetação arbustiva, Calliandra tweedii (Esponjinha-vermelha), plantada com essa finalidade.

O maior desafio de toda a implantação do sistema foi a distribuição dos dutos e tubulações pelo Palácio, tendo em vista a especificidade decorativa da construção. Os fan coils foram instalados no subsolo e no interior da cobertura. Os insufladores dos ambientes do primeiro pavimento estão localizados no piso, pois os tetos e paredes, ricamente decorados, não poderiam ser utilizados para instalação dos mesmos. Com isso, a alternativa menos invasiva foi a execução de pequenas aberturas circulares nas tabeiras dos pisos decorativos, mosaicos de mármore e parquet (madeira). As grelhas douradas de acabamento dos insufladores foram fundidas sob medida.

No pavimento superior, as grelhas insufladoras foram instaladas diretamente nos tetos, quando a simplicidade ornamental assim o permitiu. Nos ambientes onde se encontram pinturas nos tetos, a solução adotada foi a instalação das grelhas sobre as sancas, sempre com o intuito de minimizar o impacto da intervenção.

O sistema de refrigeração é energizado de forma independente do sistema elétrico do Palácio. Caso haja algum problema, os equipamentos de ar-condicionado não serão afetados, o mesmo ocorrendo quando a pane se der no sistema de refrigeração, não atingindo o sistema elétrico da residência.

 

Sistema de Hidrossanitários e de Água de Reúso

O sistema hidrossanitário do Palácio sofreu adaptações, ao longo dos anos, que comprometiam o aspecto estético e histórico da casa. Além disso, grande parte das instalações estava desgastada, por exemplo, com reservatórios de fibra aparentes na cobertura e tubulações metálicas oxidadas e obstruídas.

A modernização consistiu, primeiramente, na instalação do sistema de pressurização. O abastecimento de água potável (lavatórios, pias e chuveiros) e das águas de reúso (bacias sanitárias) é controlado independentemente. O sistema de pressurização tem sua ativação a partir do acionamento de uma torneira ou descarga que liga automaticamente as bombas quando detectam uma baixa de pressão na linha de alimentação do Palácio.

Esta modernização teve como objetivo atenuar riscos de vazamento oriundos da cobertura e que poderiam afetar o conjunto decorativo dos interiores. Houve a redução do número de reservatórios, aliviando a carga sobre a centenária estrutura da edificação, além de despoluir a vista superior do local.

Destaca-se a preocupação com o conceito de sustentabilidade, otimizando o uso desse importante recurso de primeira necessidade de forma racional. As bacias sanitárias são abastecidas por água de reúso. Foram construídos dois reservatórios de águas pluviais de 15.000 litros cada um, escavados no pátio externo, próximos ao chafariz. Estes reservatórios são abastecidos a partir da captação de águas pluviais, que passam por um processo de filtragem. Quando a quantidade de água da chuva armazenada não for suficiente, o sistema é automaticamente alimentado por água potável.

Sistema de Potência (Subestação)

Na época de sua construção, o Palácio das Laranjeiras era alimentado por uma pequena usina particular de eletricidade movida a óleo diesel, uma das primeiras construídas no país com equipamento General Eletric. Isto porque Eduardo Guinle era proprietário da Companhia Brasileira de Energia Elétrica, grande rival da companhia canadense Light & Power na geração e fornecimento de eletricidade na então Capital da República. Devido à disputa acirrada por mercado, Eduardo optou por não tornar-se cliente da sua concorrente.

Atualmente, o Palácio é alimentado pela concessionária Light Serviços de Eletricidade S.A. em Baixa Tensão (127 V) e está em processo final de migração para o sistema de energia em Média Tensão (13 KV). Foi implantada uma subestação Elétrica, que inclui cabines blindadas, a instalação de dois transformadores de potência 500 KVA e 300 KVA, este último destinado exclusivamente ao sistema de Ar Condicionado e outros equipamentos que o compõem.

A entrada de energia anterior estava obsoleta e fora dos padrões atuais de segurança. Além disso, encontrava-se em desacordo com a nova carga demandada pelo Palácio, em razão do novo sistema de refrigeração e outros equipamentos.

A nova subestação atende os requisitos da ABNT e a Regulamentação para Fornecimento de Energia Elétrica aos Consumidores da Light, aumentando a confiabilidade das instalações e trazendo segurança a todas as edificações do complexo.

Entrega da chave a gás / Chave a gás instalada no cubículo de entrada da alimentação do complexo. (Acervo Casa Civil).