
Mobiliário
O acervo de mobiliário do Palácio das Laranjeiras conta com cerca de 280 peças, em sua maior parte originárias da coleção Eduardo Guinle, encomendadas à manufatura parisiense Maison Bettenfeld.
O mobiliário apresenta variados estilos decorativos, do rococó francês ao Art Nouveau. Destacam-se no conjunto a escrivaninha “Bureau du Roi”, cópia da que pertenceu ao Rei Luís XV; o Piano de cauda decorado pelo atelier do artista francês Emmanuel Cavaillé-Coll; e o grande móvel da Sala de Visitas, Salão Luís XIV, inspirado nas obras do ebanista André-Charles Boulle, célebre na Corte do Rei Luís XIV. Além desses exemplares notáveis, a coleção reúne variados tipos de poltronas, mesas, cadeiras, camas, chaises, cômodas e aparadores.
As peças apresentavam sujidades generalizadas e vernizes oxidados, além de falta de ornatos e tecidos desgastados e manchados. Muitas apresentavam sérios danos estruturais oriundos de ataques de xilófagos.
Durante o restauro do Palácio foi necessário remover do depósito cerca de 80 peças de mobiliário para instalação de máquinas de ar condicionado. Nesse momento percebeu-se a necessidade de constituir equipe própria para a recuperação do acervo.
Em 2016 se inicia a recuperação do acervo 170 peças de mobílias pela equipe do Departamento de Conservação e Restauro da Secretaria de Estado da Casa Civil, criado com o objetivo de preservar e conservar os bens móveis dos palácios oficiais.
É importante frisar que a mobília ainda se encontra em uso, portanto a restauração executada leva esse aspecto em consideração.
Restauro
Foi realizada a desinfestação de toda a mobília por pulverização e injeção de produtos imunizantes antes de iniciar o restauro das mesmas. Após esse processo as peças foram higienizadas e os vernizes removidos. Foi realizada decapagem mecânica com lixas de baixa granulometria. A recomposição de partes faltantes foi executada em madeiras com as mesmas características físico-químicas das originais. Os vernizes empregados variaram de acordo com as peças, buscando sempre utilizar o mais próximo ao original, sendo a grande maioria em goma laca importada, diluída em álcool.
Algumas peças do conjunto possuem ornamentos tanto em metais como em mármore e foram também restaurados. Os metais foram limpos com soluções de detergentes específicos e finalizados com aplicação de verniz protetivo. Peças metálicas faltantes foram fundidas em resinas e folheadas a ouro. Toda peça refundida é datada no seu verso. Os mármores dos tampos ganharam aplicação de cera polidora para acabamento e proteção.
O mobiliário que apresenta danos estruturais, impossibilitando sua utilização, estão em processo de musealização - quando as peças deixam de ter seu uso funcional, e se tornam documentos que contam a história do Palácio e de sua decoração.