Governo do Estado do RJ

Paisagismo

O Palácio das Laranjeiras apresenta uma extensa área de jardins. Originalmente, fazia parte da propriedade, além da área ao redor do Palácio, o atual Parque Guinle. O estilo paisagístico utilizado no Parque seguiu as características típicas do jardim inglês do século XIX, tais como alamedas sinuosas, cascatas, lagos e grutas artificiais. O estilo ficou célebre no Rio de Janeiro devido aos projetos do botânico Auguste Glaziou; dentre os mais conhecidos, o Campo de Santana e a Quinta da Boa Vista.

A área ao redor do Palácio recebeu um tratamento diferenciado, baseado no traçado simétrico do paisagismo francês. Existem nesse jardim diferentes elementos ornamentais, tais como esculturas, pérgolas, bancos e vasos de mármore de Carrara. Além desses elementos, duas fontes se destacam no conjunto: a fonte do Mercúrio e a fonte das Ninfas.

As intervenções que serão aqui apresentadas foram concentradas no que denominamos “Jardim Francês”, já que o Parque Guinle está sob responsabilidade da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

Ao longo dos anos, muitas árvores cresceram ao redor do Palácio, em locais inadequados, causando danos à edificação. Foi o caso de uma enorme mangueira cujas raízes danificavam elementos históricos do jardim, como bancos e meio-fio de mármore. As práticas de restauro preconizam que vegetação de médio e grande portes próximas a construções históricas contribuem para a deterioração mais rápida de seus elementos arquitetônicos. No caso do Palácio das Laranjeiras, a remoção de algumas árvores se fez necessária, sendo realizada com a autorização da Fundação Parques e Jardins. Todas as remoções foram executadas por equipe especializada da COMLURB. A supressão dessa vegetação danosa também contribuiu para uma maior visibilidade do patrimônio recém-restaurado.

A montagem de andaimes fachadeiros e a abertura de canaletas na área externa do Palácio danificaram bastante os canteiros do jardim. Foi necessária a elaboração de um projeto paisagístico que desse conta não apenas dos referidos danos como também da revitalização do jardim. O projeto foi elaborado pela equipe técnica da Superintendência de Engenharia e Manutenção da Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

As intervenções elencadas no projeto paisagístico contemplaram, entre outras ações que serão aqui citadas, a remoção da vegetação danosa. Junto ao Palácio, foram retiradas cinco mangueiras, um jasmim-manga e uma munguba. A medida compensatória estipulada pela Fundação Parques e Jardins foi o plantio de 70 mudas em outra área. Havia também vegetação comprometida por pragas, que teve de ser removida, como o caso de algumas mangueiras atacadas pela doença “seca-da-mangueira”.

Após a etapa de remoção das árvores, foi a vez dos canteiros e o jardim receberem adubação e plantio de flores, forrações e arbustos. As espécies utilizadas foram: grama-esmeralda, grama-amendoim, asistásia, pentas, caliandras, malvaviscos, zâmias, quaresmeiras-rasteira, jiboias, trapoerabas e alpíneas-vermelhas. Além disso, foi prevista a recuperação e retificação do traçado dos canteiros, obedecendo ao desenho original. As atividades de recuperação do jardim, iniciadas em maio de 2014, foram acompanhadas pelos técnicos do IPHAN e do INEPAC.

Alamedas antes da obra em asfalto. (Acervo Casa Civil).

A premissa adotada no projeto foi a de que a nova vegetação não deveria interferir nos elementos construídos tombados. Portanto, foram evitadas espécies vegetais de grande porte e de crescimento vigoroso.

Uma das características do jardim do Palácio das Laranjeiras é a profusão de elementos decorativos de mármore de Carrara. São vasos, balaústres, esculturas e bancos. São também de mármore as colunas das pérgulas da área da piscina e o revestimento das escadas de acesso a essa área. Todo esse conjunto foi limpo, e as balaustradas danificadas, restauradas.

A pavimentação das alamedas ao redor do Palácio era em asfalto, fruto de intervenções anteriores, que descaracterizaram a ambiência original do jardim. No entanto, seria inadequado o retorno ao pavimento de saibro da época da construção, tendo em vista o uso público atual do Palácio. Por isso, foi definido no projeto paisagístico a opção por um pavimento de blocos intertravados de cimento na cor palha, mais próxima à tonalidade de saibro. Esse tipo de pavimento tem a vantagem de permitir uma drenagem mais eficiente, devido à sua permeabilidade.

Equipe da Comlurb realizando poda da mangueira. (Acervo Casa Civil).

O crescimento vigoroso das raízes e do tronco da mangueira danificou o meio-fio e o banco de mármore. Foi necessária a remoção da árvore.

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