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Vitrais

O Palácio das Laranjeiras é dotado de diversos vitrais artísticos, localizados no Hall Principal, na Torre do Belvedere, nas Alas Residencial e de Serviços. Esses elementos são, tradicionalmente, feitos por uma estrutura de ferro trabalhada com malhetes e arrebites nos encaixes, constituindo os caixilhos. Os vitrais são confeccionados a partir de vidros coloridos, sobre os quais são realizadas pinturas esmaltadas a fogo, que acompanham temáticas artísticas de desenhos pré-selecionados. Unidos por perfis de chumbo, têm suas extremidades soldadas com liga de estanho e recebem um emassamento, que serve para impermeabilizar a ligação do vidro com o chumbo, dando rigidez aos módulos que serão colocados nos caixilhos.

Vitral do Hall Principal

O vitral do Hall Principal é o mais importante do conjunto do Palácio e está localizado na escadaria principal. É um painel figurativo representando o mito clássico de Apolo conduzindo seu Carro de Sol, uma das alegorias mais representativas da cultura greco-romana. A sua criação é creditada ao atelier de Charles B. Champigneulle, um dos principais vitralistas franceses do início do século XX. De grandes dimensões (3,00 x 6,80m), ele tem formato retangular e é coroado por um arco abatido.

Vitral localizado na escadaria do Hall Principal. (Acervo Inepac)

Diagnóstico

O vitral apresentava diversas patologias descritas a seguir: corrosão dos perfis de chumbo, oxidação dos caixilhos de ferro, deterioração das traves de reforço e dos esmaltes dos vidros, grande número de vidros quebrados e restaurações inadequadas realizadas ao longo do tempo.

Restauro

O método de trabalho utilizado para a realização do restauro consistiu na retirada, desmontagem, substituição ou reaproveitamento dos perfis de chumbo e colocação de traves de reforço soldadas (para evitar o abaulamento das peças), substituição dos vidros quebrados e inadequados e remontagem final dos vitrais.

Peças do vitral do Hall Principal. (Acervo Luidi & Gonçalves Vitrais)

Vitrais da Torre do Belvedere

Nos vitrais da Torre do belvedere, os motivos dos desenhos dos painéis são figuras da mitologia clássica, conhecidas como Famas, que tocam trombetas rodeadas por guirlandas de flores e frutos. São dois painéis (2,00 x 2,50m), assinados por César Formenti, localizados sobre as bandeiras das portas do Belvedere.

Vitral localizado no Belvedere. (Acervo Casa Civil)

Diagnóstico

O principal problema de degradação desses vitrais ocorreu nos caixilhos de fixação. Como a instalação dos painéis foi feita pelo interior do edifício, com massa de vidraceiro, diferentemente da consagrada técnica de “massa por fora”, esse vitral apresenta um defeito original de fixação. Isto gerou dois problemas: vulnerabilidade quanto às infiltrações de água e problemas estéticos de acabamento interno. Os vidros estavam bem conservados, embora alguns painéis estivessem abaulados e desalinhados.

Restauro

A recuperação desses vitrais começou com a retirada, desmontagem, acondicionamento e transporte dos painéis até as oficinas de restauro. Ali foram realizadas a substituição da massa de vidraceiro por silicone de cura alcoólica e dos perfis de chumbo, dentre outras intervenções que não demandaram o restauro das peças de vidro, que se encontravam em boas condições. Por fim, foi realizada a remontagem dos painéis no local de origem.

Vista do vitral no Belvedere pelo lado de fora. (Acervo Casa Civil)

Vitrais da Ala Residencial

Os vitrais da ala residencial foram confeccionados em 1943 pelo consagrado artista Alberto Magini. Os painéis que compõem esses vitrais têm motivos florais, com cercadura em ornatos geométricos, pintura esmaltada a fogo e foram consolidados com ligaduras de chumbo, segundo a técnica tradicional, já detalhada no século XVI por Giorgio Vasari.

Vitral localizado na galeria da ala residencial. (Acervo Casa Civil)

Detalhe do vitral localizado na galeria da ala residencial. (Acervo Concrejato)

Diagnóstico

Os vitrais apresentavam inúmeros problemas. Encontravam-se estruturados em janelas de madeira, com folhas fixas e móveis, causando deformação dos painéis devido às propriedades diferentes dos materiais. Também ocorreu a corrosão dos perfis de chumbo e das traves de reforço. Haviam muitos vidros quebrados e faltantes, além de restaurações inadequadas, realizadas ao longo do tempo.

Restauro

A restauração desses vitrais teve como foco principal, a substituição dos caixilhos de madeira por novos em alumínio. Foram também substituídos os perfis de chumbo e soldadas as traves de reforço, para se evitar o abaulamento das peças. Por fim, foram substituídos os vidros quebrados e inadequados por novos pintados e queimados, conforme o desenho original.

Embalagem do vitral para o transporte até a oficina de restauro. (Acervo Luidi & Gonçalves Vitrais)

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